sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Podres poderes



"Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval...
Queria querer cantar
Afinado com eles
Silenciar em respeito
Ao seu transe num êxtase
Ser indecente
Mas tudo é muito mau..."



sábado, 11 de agosto de 2012

Feliz aniversário! O mundo pode sim nos separar por um tempo... Nunca para sempre...



Meu coração está quebrado. Sinto-me incapaz de falar. Não tenho palavras capazes de expressar a imensa dor que sinto por não te  ter ao meu lado minha filha. Amanhã, é dia 12 de agosto, seu aniversário, amanhã você completa 7 aninhos.Pela primeira vez, desde que você nasceu, eu não estarei ao teu lado  para poder te abraçar, te dar um monte de beijinhos e dizer o quanto eu a amo.Que ninguém jamais tenha que suportar tamanha dor e sofrimento, como a que sinto nesse momento. Sempre imaginei estar ao seu lado sempre,  minha filha. Pensei que estaria presente em todas as etapas da sua vida, que seria sua melhor amiga, conselheira, e acompanharia todo o seu desenvolvimento. Queira vê-la florescer, e se tornar uma pessoa melhor a cada dia. 
Mesmo que você esteja crescendo sem a minha presença, saiba que a distância nunca apagará o amor que sinto por você, minha estrelinha.Mesmo que o mundo queira nos separar, que essa justiça brasileira insista em nos manter distante, estaremos unidas eternamente pois és carne da minha carne, sangue do meu sangue. Saiba, que estaremos ainda mais unidas para sempre no amor de Deus. A justiça dos homens é falha, mais a justiça de Deus, se encarregará de prover o nosso reencontro.
Nesse momento,a saudade é  um sentimento muito forte e muito presente na minha vida, e  por vezes, faz com que de uma hora para a outra mude o meu  estado de espírito, Esses meses sem você têm sido muito  difíceis, sinto uma angústia profunda, não tenho dormido quase nada. Acordo no meio da noite assustada, com medo que tenha acontecido algo de ruim com você, preocupada com a sua saúde, se você está se alimentando direitinho, se está sofrendo, se chora sentindo a minha falta. 
Sabe, filha, sinto-me muito mal por não ter cumprido a promessa que te fiz, quando você acordava de madrugada chorando com medo que te levassem pra longe de mim e do Brasil. Lembra ,que te prometi que jamais me separaria de você e que estaria sempre ao teu lado? Ah, filha! Como eu me sinto mal...Sinto que trai a sua confiança, que falhei com você,meu amor.

Depois que li o laudo da perícia forense de Portugal, que falava de alienação parental, do seu medo de demonstrar o seu amor por mim, por conta do seu pai, me senti péssima. Uma sensação de impotência e frustração tomou conta de mim. Filha, eu tenho lutado para te-la de volta junto a mim e a sua família que tanto te adora. Com fé em Deus você retornará para os meus braços!


Te amo eternamente, minha filha. O mundo pode sim nos separar por um tempo...
Nunca para sempre...



Feliz aniversário,PRINCESA!
Que Deus te proteja por mim, e que Nossa Senhora guie seus passos e ilumine o seu caminho.

Um beijo grande da mamãe que te ama, mais que tudo nessa vida.








A justiça pode caminhar sozinha; a injustiça precisa sempre de muletas, de argumentos. (Nicolae Iorga)







                 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Minha filha não tem preço!!!!


"À frente de uma caravana que inspecionou, em um ano, dez desses tribunais, o ministro Gilson Dipp descortinou um festival de nepotismo, clientelismo, patrimonialismo, corrupção e desvios de conduta generalizados. Inaugurou, nessas viagens,
uma política de audiências públicas em que, perante juízes e desembargadores, muitos deles sob suspeita, cidadãos puderam denunciar fraudes e reclamar do atendimento e das decisões."


É preciso investigar e punir a "banda podre" do judiciário baiano: JUÍZES e DESEMBARGADORES que fazem da venda de sentença, profissão. Destroem a vidas das pessoas, estupram a constituição,desonram a classe e enriquecem com seus crimes, ficando quase sempre impunes. Sou completamente a favor da quebra de sigilo bancário desses bandidos de toga que infelizmente denigrem, maculam o judiciário da Bahia.



Decidi denunciar o absurdo que aconteceu comigo e com minha filha no CNJ, espero que todos que se sintam perseguidos, inequivocamente prejudicados em processos judiciais, denunciem!! Não podemos nos calar, o nosso medo e o silêncio, perpetua a promiscuidade do judiciário brasileiro.


SOU MÃE, E MINHA FILHA NÃO TEM PREÇO!!!!!!!!!!!!!!!

ATENÇÃO:
Para quem deseja formalizar uma denúncia no CNJ, segue abaixo o endereço e informações sobre como p proceder.
CNJ existe um espaço próprio no site, que ensina como peticionar. O endereço é o http://www.cnj.jus.br/ouvidoria-page/como-peticionar-ao-cnj .



Você precisa entender que ninguém vai interromper suas vidas, para enxugar suas lágrimas. Portanto, lute até o fim; por você, por quem você ama e pelo direito à  justiça. Do luto à luta!!!





Da Revista Carta Capital: Limpeza na Justiça



Reportagem publicada na edição nº 565 de 30 de setembro de 2009 - autor: Leandro Fortes. À frente da corregedoria do CNJ, o ministro Gilson Dipp conduz uma devassa que tem exposto as mazelas do Judiciário Brasileiro
Responsável pela mais importante ofensiva moralizadora conduzida, até hoje, nas entranhas do Judiciário brasileiro, o advogado Gilson Dipp, de 64 anos, vive um misto de orgulho e estupefação diante das mazelas com as quais tem sido obrigado a conviver. Ministro do Superior Tribunal de Justiça desde 1998, Dipp foi empossado como corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em setembro de 2008. A partir de então não deu trégua aos tribunais estaduais de Justiça. À frente de uma caravana que inspecionou, em um ano, dez desses tribunais, o ministro descortinou um festival de nepotismo, clientelismo, patrimonialismo, corrupção e desvios de conduta generalizados. Inaugurou, nessas viagens, uma política de audiências públicas em que, perante juízes e desembargadores, muitos deles sob suspeita, cidadãos puderam denunciar fraudes e reclamar do atendimento e das decisoes.
Gaúcho de Passo Fundo, Dipp foi escolhido pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal e também do CNJ, para realizar um minucioso diagnóstico das unidades de ponto do Judiciário e, finalmente, apresentar soluções para dois dos mais antigos e injustos vícios da vida republicana brasileira, a morosidade e a inépcia da Justiça. Cercado de meia dúzia de auxiliares, o ministro botou o pé na estrada e conseguiu colocar alguma ordem na bagunça. Com o apoio dos conselheiros do CNJ, afastou juízes e desembargadores acusados de irregularidades. Comanda ainda um mutirão para desafogar os cárceres brasileiros e as prateleiras dos tribunais, a chamada Meta 2, uma tentativa de julgar até o fim do ano cerca de 5 milhões de processos ajuizados até 31 de dezembro de 2005. Deve conseguir julgar, no máximo, 2 milhões.
Essa quebra de expectativa não chega a desanimar o ministro, para quem ainda serão necessários, no mínimo, dez anos de trabalho ininterrupto do CNJ para transformar os tribunais e varas de Justiça estaduais em instituições a serviço da maioria dos cidadãos. Embora se diga surpreso com a crueza do mundo real situado além dos gabinetes refrigerados de Brasília, Dipp não assume o papel de vingador. Tranquilo e bem-humorado, o ministro tem muito cuidado ao comentar sobre os autos dos processos administrativos do conselho e raramente autoriza a publicação de nomes nos relatórios produzidos pelas inspeções estaduais comandadas por ele. Visa, assim, preservar o sigilo dos inquéritos e, principalmente, manter o foco das ações que comanda.
"Nossa intenção é melhorar as práticas", explica (entrevista na edição impressa). Segundo ele, a absoluta falta de planejamento e de gestão nos tribunais brasileiros gerou um grave distanciamento entre os magistrados (desembargadores, juízes e ministros dos tribunais superiores) e o cidadão comum. Ainda assim, avalia, o fato de haver 70 milhões de processos em andamento é um sinal de que, apesar de tudo, o brasileiro ainda acredita na Justiça. "Na verdade, o Judiciário tem pouco conhecimento de si próprio", afirma o ministro. "Muitos magistrados nem sequer sabem o que está acontecendo dentro do próprio tribunal", diz.
Presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Airton Mozart apoia o trabalho do ministro. "A ação do CNJ tem tornado o Judiciário mais transparente e ético", afirma o juiz. Segundo ele, as audiências comandadas por Dipp restauraram o direito ao acesso e à crítica nos tribunais pelos cidadãos comuns. "Esse é o caminho para acabar com o corporativismo e a impunidade", avalia.
Ao iniciar os trabalhos da Meta 2, o CNJ pôde constatar que os estoques de processos eram puro lixo, pois a maioria tinha sido julgada há muito tempo, só não havia sido registrada, normalmente, por desleixo ou falha nos sistemas de informática. Além disso, lembra o ministro, a cultura do Judiciário brasileiro não é a da transparência. Aliás, essa foi uma das primeiras características que a equipe do CNJ percebeu logo na primeira inspeção realizada no Tribunal de Justiça da Bahia, em outubro do ano passado. Foi, por assim dizer, a primeira descida de Dipp em um inferno judiciário em cujo portal poderia estar escrito, tal qual naquele outro, o de Dante: "Abandonai toda esperança vós que aqui entrais".
Herança direta das quase quatro décadas de dominação do grupo político do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, o cenário encontrado no Tribunal de Justiça da Bahia foi de puro descalabro. Os inspetores constataram, caso único no Brasil, a presença de uma instituição atravessadora que recolhia todos os recursos do Judiciário local, inclusive as verbas estaduais e as taxas de cartório. Desde 1984 era essa a função e as prerrogativas do Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária (Ipraj). Entre outras irregularidades, o Ipraj tocava obras sem licitação, firmava convênios não autorizados, fazia empréstimos e os pagamentos dos magistrados do TJ baiano sem fiscalização alguma.
Ao todo, 505 policiais militares enviados pelo instituto para o interior da Bahia, supostamente para dar segurança a juízes, recebiam pagamentos extras, depositados pelo Ipraj em contas correntes pessoais, e não pelo departamento financeiro da corporação. Esse expediente, aliado ao histórico de ligação política do instituto com a turma de ACM, levantou fortes indícios de que a entidade foi usada para a formação de caixa 2 eleitoral nos anos de ouro do carlismo. Embora tenha mantido o funcionamento do Ipraj até o fim do ano passado, o governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, foi sensível às recomendações de Dipp e tomou algumas providências para acabar com a farra.
Com base na Constituição de 1988, que determina aos Três Poderes terem administrações e recursos próprios, o CNJ aprovou uma série de recomendações para extinguir o Ipraj e devolver ao TJ da Bahia a autonomia perdida nos últimos 25 anos. O instituto foi declarado irregular e Dipp pediu ao tribunal que apresentasse um plano de transferência da administração e, em seguida, formulasse um anteprojeto de lei para a extinção do Ipraj. O texto foi enviado à Assembleia Legislativa baiana em 15 de setembro e, com o apoio do governador petista, deverá ser aprovado nos próximos vinte dias. "Essa primeira inspeção nos causou um tremendo impacto", afirma Dipp. O ministro não sabia, mas ainda teria muito com o que se impressionar.
A experiência na Bahia daria, dali para frente, o tom das demais inspeções do CNJ. No Pará, onde o grupo do ministro esteve em dezembro do ano passado, os inspetores listaram mais de 30 irregularidades, a começar pela alta -e estranha -rotatividade de juízes pelas varas de Justiça do estado, expediente clássico utilizado no Judiciário para retardar ou interromper o andamento de processos. Também no Pará, o CNJ identificou uma política de empreguismo, normalmente baseada na contratação de parentes, mascarada por admissões temporárias. Dos 36 servidores do setor de informática do TJ do Pará, por exemplo, 21 eram temporários, alguns dos quais sem qualquer intimidade com a ciência da computação.
Nas varas judiciais de Belém, Dipp descobriu que muitos processos tinham distribuição direcionada: eram enviados a um juiz específico, provavelmente para o cumprimento de acordos extrajudiciais predeterminados. Tradução: por meio do pagamento de propina. Em alguns casos, apenas um desembargador participava do sorteio, pois os demais, em clara orquestração, se declaravam impedidos. Ao mesmo tempo, os magistrados não negligenciavam quando o assunto era festa. Apenas em 2008, o TJ paraense gastou 212,8 mil reais em comes e bebes distribuídos em 40 coquetéis montados para eventos diversos, entre os quais a comemoração da reforma física do fórum e a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.
No Maranhão, onde esteve em novembro de 2008, o ministro se viu diante de uma república nepotista, resultado de 40 anos de dominação do clã Sarney. Para manter parentes empregados, os desembargadores convocavam servidores lotados a 500 quilômetros de São Luís para encher os gabinetes na capital. Era tanta gente que colocá-los a trabalhar ao mesmo tempo era tarefa impossível. Simplesmente não havia lugar para todo mundo. Para evitar o caos, o presidente do TJ do Maranhão, desembargador Raimundo Cutrim, achou por bem reduzir a jornada de trabalho de oito para seis horas diárias.
Um dos eventos mais graves detectados pelo CNJ foi a prática de bloqueios judiciais em contas de bancos do Maranhão, sem critérios claros, em favor de desembargadores, juízes e promotores de Justiça. Todos autores de ações de restituição de contribuições previdenciárias, a maioria lesiva aos cofres estaduais. E de pouco adiantava ao cidadão reclamar. Em 2007, foram impetradas 120 representações contra magistrados maranhenses, mas nunca houve uma única e pálida sanção contra eles. Só a inspeção do CNJ, um ano depois, renderia punições.
Ao todo, cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão foram obrigados a devolver diárias recebidas indevidamente aos cofres públicos. Entre eles está a desembargadora Nelma Sarney, corregedora do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), irmã do senador José Sarney. Nelma deve assumir a presidência do TRE em 2010, ano em que a sobrinha Roseana vai concorrer à reeleição.
Também foram condenados os desembargadores Jamil Gedeon Neto, corregedor-geral de Justiça, Raimunda Santos Bezerra e Stélio Muniz. O CNJ decidiu ainda pela abertura de uma sindicância para apurar as responsabilidades do desembargador Raimundo Cutrim, atual presidente do TJ, e do ex-presidente do tribunal, Galba Maranhão. Este último é acusado de ter causado prejuízos aos cofres públicos por meio de desvios de vencimentos de cargos comissionados da presidência do TJ.
Ainda no Maranhão, o CNJ constatou haver divergências entre o recebimento de diárias e a comprovação de comparecimento aos eventos para os quais elas foram concedidas. Por isso, Nelma Sarney e Raimunda Bezerra serão obrigadas a devolver 5,8 mil reais aos cofres públicos por conta de recebimento irregular de diárias referentes a viagens nem sequer comprovadas, razão pela qual terão de ressarcir os gastos com passagens aéreas. No caso da desembargadora Raimunda, a magistrada alegou ter recebido as diárias a título de "doação" para a realização de "terapia médica". O relator do caso, Walter Nunes, considerou a argumentação da magistrada "surreal". Pelos mesmos motivos, os desembargadores Jamil Gedeon Neto e José Joaquim Figueiredo dos Anjos deverão devolver aos cofres do TJ maranhense 11,7 mil reais.
Na Bahia, o CNJ apertou o cerco contra magistrados. Em 15 de setembro, afastou duas juízas, Maria de Fátima Carvalho e Janete Fadul, acusadas de vender sentenças. Elas foram citadas em gravações telefônicas obtidas pela Operação Janus, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público baiano no ano passado. Em uma escuta telefônicafeita pela PF, um filho de Maria de Fátima negocia a venda de uma sentença favorável a uma empreiteira em troca de 700 mil reais. O relator do processo foi o ministro Dipp.
No Espírito Santo, o CNJ ordenou, em maio, a interdição de dois presídios, nos municípios de Cariacica e Serra, por conta de denúncias de violação de direitos humanos. No Amazonas, em 19 de agosto, foram afastados o desembargador Yedo Simões e o juiz Elci Simões. Os dois são irmãos e acusados de irregularidades administrativas no TJ amazonense. Na Paraíba, foram afastados, também em agosto, Alexsandro Brito Araújo e Daniel Dias Rodrigues, diretor e diretor-adjunto, respectivamente, do Presídio de Segurança Máxima de Campina Grande. Em todos os estados, as sindicâncias e investigações continuam.
"As políticas públicas do CNJ e da corregedoria são exigências da sociedade", define Dipp. "O Judiciário brasileiro não vai conviver mais com o atraso com que vinha convivendo. Ele foi despertado", avisa. Espera-se que o trabalho de Dipp deixe marcas duradouras.
Confira "Contra os fidalgos dos tribunais" : entrevista com Gilson Dipp também publicada na mesma edição da revista Carta Capital.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A INjustiça Federal da Bahia


A INjustiça Federal da Bahia

"Contra legem facit, quid id facit quod lex prohiber enfraudem vero, qui salvis verbis legis sententiam rius circumveni"
("Age em fraude à Lei quem, respeitadas as suas palavras, contorne o seu sentido")
(Digesto, Livro I, Título III, de Legibus, de Paulus)



No dia 19 de dezembro de 2011, minha filha Mareia Clara Botelho Santana  por força de uma liminar  de tutela antecipada ex officio pela magistrada Ana Carolina Dias Lima Fernandes , da 11ª Vara Federal, oportunizando assim, que o genitor da minha filha, José Eurico R. Santana embarcasse com  minha filha para Portugal.
O fato é que não houve sequer uma audiência de conciliação, e nem me foi facultado a possibilidade de produzir provas. Mais isso, o pedido de antecipação de tutela sequer tinha sido feito pela União.
Passada algumas horas da publicação da decisão liminar da referida juíza, a Defensoria Pública da União na Bahia (PU/BA) recorreu da decisão e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região cassou a liminar, mas Maria Clara já havia saído do país.
A Defensoria Pública da União constatou que a Secretaria de Direitos Humanos, a SDH só foi notificada do cumprimento da ordem de busca e apreensão quando minha filha já havia deixado o território nacional. A coordenadora da SDH Patrícia Lamego explicou em comunicado que  os pedidos de tutela antecipada não são apresentados pela União nos casos que envolvem disputa de menores entre Estados diferentes, salvo se a criança se encontrar em situação de risco, o que  não se verificou no meu caso.
Segundo a coordenadora da SDH, Patrícia Lamego“decisões de natureza liminar, proferidas na primeira instância judicial, têm caráter precário e podem inviabilizar a negociação de salvaguardas”.
Lamentavelmente, por conta de uma decisão cruel e arbitrária, minha filha ainda se encontra em Portugal, e embora  já tenha sido solicitada a intimação pessoal de José Eurico, as autoridades portuguesas sequer se pronunciaram sobre a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que revogou a decisão da 11ª Vara de Justiça Federal e que ordena o retorno imediato da minha filha ao Brasil.
A DPU também solicitou ao Ministério Público que caso a justiça acate o pedido, que seja movida uma ação penal por crime de desobediência contra José Eurico. Além disso, a União, através da Advocacia Geral da União (AGU) e da Secretaria de Direitos Humanos tem notificado mensalmente o Estado português, porém não têm obtido qualquer resposta.
Espero que as autoridades portuguesas ajam pautadas pelo principio da reciprocidade que regem os acordos  internacionais e acatem a decisão da justiça brasileira.
A Convenção de Haia prima, entre outros aspectos, pelo bem estar da criança, pelo superior interesse do menor, o que infelizmente, não foi observado pela magistrada ao proferir uma decisão precipitada e por conta dessa  arbitrariedade, uma criança de apenas 6 anos de idade, vê-se envolvida nesse imbróglio judicial, penoso e emocionalmente desgastante. Além disso, um laudo da perícia forense portuguesa, constatou o sofrimento que minha filha tem passado por conta do violento processo de alienação parental que tem sido imposto a ela por parte do genitor. Embora esse laudo tenha sido produzido pela defesa de José Eurico numa ação que move contra mim em Portugal, foi constatado pelo perito um forte processo de Alienação Parental. A perícia destaca ainda,que Maria Clara sente medo do pai e tem receio de manifestar a saudade e amor que sente por mim. Infelizmente, não tenho recursos financeiros para defender-me das ações que o meu ex-marido move contra mim em Portugal. Lamentavelmente o Brasil não faculta apoio judicial aos seus cidadãos em ações movidas contra eles em outros Estados.
Dia 19 de julho, completa-se 7 meses que minha filha foi brutalmente arrancada dos meus braços em enviada para Portugal como se fosse um objeto, uma mercadoria que é despachada via correio.
Recentemente fui entrevistada por uma revista de grande circulação nacional, que relatava o meu sofrimento e de outros pais em busca de justiça. São relatos dolorosos de pais que encontram-se privados do amor de seus filhos, e de filhos que são afastados dos pais e mantidos incomunicáveis, como se fossem propriedade do outro genitor.
Durante todo esse longo e sofrido período  em que minha filha foi-me retirada, só consegui vê-la  umas quatro ou cinco vezes, por pouco tempo, através do msn. Mesmo assim, Maria Clara, sempre esteve ao colo do genitor, que manipulava as nossas conversas, cochichava ao ouvido de minha filha fazendo-a sentir-se constrangida.
A verdade, é que nem em meus piores pesadelos, pude sequer imaginar, que iria carregar um ser no meu ventre durante 9 longos e deliciosos meses, e que daria luz a uma menina linda , saudável aqui no Brasil, no Hospital Aliança de Salvador, e que assim de repente, a Justiça Federal Baiana iria  arrancar a minha filha  de mim e despacha-la a toque de caixa, para Portugal.
Durante os dois últimos anos que passei em Portugal, fui agredida física e moralmente pelo meu ex-marido, inclusive fui internada no Hospital de Gaia em caráter de urgência. Sofri todo tipo de humilhações racistas dele e principalmente da família dele, pelo fato de ser brasileira e afro descendente. Vivia sobre permanente ameaça de que se o deixasse, ele nunca mais teria notícias da minha filha (o que de fato ele tem cumprido à risca). Suportei um fardo pesado por amor a minha filha e por medo de que ele cumprisse as ameaças que me fazia.
Quando 2 anos depois de ter sido proibida de vir ao Brasil, consegui chagar ao meu país, pensei que estaria a salvo. Respirei aliviada, por enfim estar no meu país, com a minha família, meus amigos, a minha gente.
O fato é que jamais poderia supor que o meu algoz iria alcançar-me no meu pais, agredir-me mais uma vez, aqui no Brasil. O que aconteceu com ele por conta das agressões??? Nada.
Além do meu caso, existem várias outras mulheres brasileiras em situação igual a minha, sofrendo maus tratos e humilhações, porém as autoridades brasileiras nada fazem para prestar qualquer auxilio a essas mulheres. São abandonadas à própria sorte!
Que justiça é essa que premia a violência , a intolerância, a tortura contra a mulher brasileira? É assim que me sinto, traída pela justiça do meu país, que permitiu que um agressor conseguisse continuar me ferindo, me torturando, só que dessa vez usando a minha filha. Minha filha para  meu ex-marido é um instrumento que ele usa para me ferir, me magoar e infelizmente eu e minha filha estamos passando por todo esse sofrimento, por culpa de uma justiça tendenciosa, arbitraria e cruel. O Direito tem que andar de braços dados com a justiça e não na contramão com o foi o meu caso e de tantas outras mães brasileiras.
Atualmente, tenho sido procurada por diversas mães brasileiras que estão passando por situações semelhantes à minha, pedem ajuda, informações e socorro. Muitas já contactaram o consulado dos países em que vivem, e não obtiveram qualquer ajuda das autoridades brasileiras.
O que fazer senhores? O que essas mulheres podem fazer para se defenderem , para se livrarem dos maus tratos dos seus respectivos cônjuges? Se falarmos das mulheres que não tem filhos, a solução é mais simples, mas e quem tem filhos, faz o que? Abandona os filhos  menores em outro país, e retorna para o Brasil? Fica com o agressor e suporta todos os maus tratos, humilhações e agressões por conta dos filhos?
Sinceramente, gostaria que as autoridades brasileiras respondessem as minhas indagações, porque gostaria de responder de forma plausível às dúvidas dessas mulheres que me contactam de variados países.
Peço apenas, senhores, que respondam com verdade, pautados na realidade e não em situações fictícias de um mundo imaginário de quem desconhece a realidade dos brasileiros que vivem no exterior.
Por fim, reitero o meu pedido às autoridades brasileiras no sentido de atuarem com maior empenho no sentido de através das vias diplomáticas, promoverem o retorno de minha filha Maria Clara ao nosso país, como foi determinado pela justiça brasileira.



Por Adriana Rocha Botelho
http://justicamariaclara.blogspot.com.br/